segunda-feira, 7 de março de 2011

Zé Povinho/ Zé Político e como eles eram amigos

Todos conhecem o Zé Povinho, a famosa personagem de Bordalo Pinheiro, mas há uma personagem que todos parecem esquecer: Zé Político, eu decidindo fazer justiça a esta personagem, para quem não o conhece aqui fica a descrição física:

Bem  parecido, cabelo grisalho, sempre a sorrir ( parece simpático á primeira vista, mas não tenho bem a certeza de que seja) pelo olhar parece um miúdo que está prestes a pregar uma partida, barriga cheia mas o seu fato completo da Almano( ele avisa que compra Armani mal tenha fundos públicos disponíveis) numa mão tem folhas cheias de gráficos e esquemas, letras, números, factos etc..., com a outra mão acena, num bolso do casaco uma estátua do Zé Povinho a sair do bolso, no outro um maço de notas a sair do bolso.

R: Nome?

Zé Povinho: José Rafael Fernando Bordalo da Silva Teles Miranda Ramos Gonçalves Pinheiro da Cruz.

R: Esse nome não me parece verdadeiro, diga a verdade ?

Zé Povinho: A....A.....(hesitante) Bem .... é o meu nome profissional, Zé Povinho não ficava lá muito bem nos cartões.

R: Sente-se zangado com a nossa sociedade não é verdade?

Zé: É verdade, sinto-me ignorado pois eu ao contrario de outros, não sou acarinhado pelo publico e pelos media, eu sou esquecido e culpabilizado, é uma vergonha e exijo que termine.
( Isto dito em tom alto e expressivo, tal como qualquer discurso politico.)
R: Não é necessário gritar e pode também parar de mexer as mãos.

Zé: Correcto.

R: Está a referir-se ao Zé Povinho?

Zé: Correcto

R: Segundo sei costumavam ser amigos?



Zé: É verdade fomos grandes amigos de infância, andamos na escola juntos, chegamos a formar um partido ainda no infantário era o Partido dos Chupetas e mais tarde mudamos para o Partido de Esquerda Trabalhista Anarquista (PETA) nenhum deles resultou,  as divergências entre nós deram-se quando ele me acusou de copiar no 6º ano.

R: Copiou?

Zé: ... ... ...(não responde) Como eu estava a dizer, só mais tarde quando acabei a Universidade, é que retomamos a amizade, e eu dei-lhe emprego, mas aí começaram as  acusações, coisas ridículas.

R: Mas de que era acusado?

Zé: Pequenos detalhes, dizia que eu não lhe pagava que precisava de comer, que queria férias, não podia trabalhar 22 horas por dia, bando de preguiçosos.

R: E era verdade?

Zé: ... .... .....

R: Não responde novamente.

Zé: Portanto continuamos zangados, aliás para quem acha que é feito aquele famoso gesto, para min.

R: Mudando de assunto a politica está muito ligada á corrupção concorda?

Zé: Completamente falso, agora tem que admitir que tendo poder temos que aproveitar um pouco, mas não me fale em corrupção, olhe eu na minha cidade cobri a calçada e a estrada toda a azulejo e quanto a lojas só as da empresa Única LDA de todos os sectores.

R: Mas assim essa gente é beneficiada?

Zé: Mas que é isto !!!(Exaltado) "essa gente" são os meus filhos, o Manelinho tem uma fabrica de azulejaria e a Ritinha é proprietária da empresa Única LDA, o que é que queria não sou corrupto mas também não sou estúpido.

R: Muito bem já vi que não vale a pena  e quanto á ideia de que os políticos não cumprem as promessas?

Zé: Calúnias!!!! os políticos são das pessoas mais honestas que conheço, o sistema é o seguinte nos nunca escondemos que somos políticos, a partir daí o povo não devia esperar verdades, aliás nunca ouvi ninguém queixar-se. Digo mais não somos que somos desonestos são vocês que são parvos e acreditam.

R: Qual a sua opinião sobre o estado do país?

Zé: Pessoal ou politica?

R: As duas.

Zé: Ora politicamente penso que tivemos um choque tecnológico que foi fantástico para o país(aliás todos ficamos chocados pelo cartão electrónico não funcionar), o défice melhorou, evoluímos culturalmente e cientificamente, socialmente, estamos acabar com a pobreza e vivemos num tal paraíso que me espanta emigração.
Pessoalmente acho que estamos uma  merd***, o desemprego não pára de aumentar, o governo engana-nos, a educação está uma mer***,  estamos cada vez estamos mais pobres, não há dinheiro para financiar ciência e cultura e temos cada vez mais licenciados e menos qualificados.

R: Muito bem, tem algo mais a acrescentar?

Zé: Votem em mim nas próximas eleições que não se arranja  melhor, somos todos iguais.

Terminamos por aqui, está entrevista foi realizada na Torre de Belém... do Portugal dos pequeninos.

Sem comentários:

Enviar um comentário