domingo, 29 de maio de 2011

Entrevista(fictícia) a um senhor que apoia um partido grande: Partido da Abstenção. Abstencio Branco

Farto de ouvir campanhas de partidos pequeninos, decidi entrevistar um senhor que decidiu apoiar um partido grande, que á vista de todos os analistas políticos irá ganhar as eleições com maioria: o Partido da Abstenção.
Ou como também lhe chamam o  "Vamos antes á Praia", o senhor anda a fazer campanha e exige mais divulgação, aqui esta ele o senhor Abstencio Branco:

Abstencio Branco ( AB )
Repórter(R)

R- Bom dia senhor Abstencio Branco. O senhor apoia e anda em campanha por um partido diferente, qual é o seu partido?

AB- O meu partido é o partido da abstenção, um partido de vencedores!

R- Porque razão decidiu apoiar este partido ?

AB- Eu apoio o Partido da Abstenção porque segundo todas as sondagens e análises, a única certeza nestes eleições é que a abstenção vai ganhar e de maneira que eu gosto de apoiar os vencedores.

R- Portanto o senhor não vai votar ?

AB- Não, há para aí uma confusão qualquer, eu disse que apoiava o partido pois gosto de apoiar os que vencem, mas vou votar, até porque não sou parvo.

R- O senhor anda em campanha ?

AB- Sim, vou a feiras, faço comícios, dou beijos a crianças e velhinhas, dou brindes, tudo o que é essencial numa campanha... Ah e também digo de cinco em cinco minutos que é preciso mudar Portugal e que os outros são todos uns aldrabões.

R- Vai muita gente ao seus comícios?

AB- Vai até porque o que eu faço, até para poupar dinheiro, é entrar em restaurantes e bares já cheios e faço ali o meu comício.

R- E não o expulsão ?

AB- Não até porque normalmente me abstenho de falar e fico ali parado só a fazer os gestos.

R- Falou em brindes, que brindes oferece?

AB- Corrector, não vá alguém enganar-se e votar, chinelos e toalhas de praia para incentivar a ida á praia em vez do voto.

R- Tem algum programa político ?

AB- Eu apresento várias alternativas, fiz aqui um folheto: temos uma ida ao cinema recomendo aqui vários filmes, ida á praia, várias excursões, ementas de vários restaurantes,etc... é só escolher tudo para dia cinco.

R- Eu não estava a falar de dia cinco, era para depois de dia cinco ?

AB- Bem, eu....abstive-me de o escrever, admito que foi um erro mas a minha ideia era não o escrever para assim ninguém o poder criticar mas parece que todos os outros partidos fizeram o mesmo e ninguém discute o programa, foi um erro admito.

R- Quando fala com as pessoas, qual é a reacção que recebe ?

AB- Normalmente abstêm-se de reagir, o que é mau pois eu fico sem saber, se é para me apoiarem ou se me estam a ignorar, mas acho que é a segunda porque depois vão-se embora e vão ter com o tipo que está a discursar lá ao fundo com o fato Armani.

R- Qual é o seu ponto fraco em termos políticos ?

AB- É não ter uma boa gravata e andar de T-shirt acho que a qualidade da gravata é muito importante na altura de escolher o voto e é claramente o meu ponto fraco, é isso e ter-me esquecido de ter trazido roupa interior lavada para a campanha e andar a usar a mesma á uma semana.

R- O senhor assinava o acordo com a Troika ?

AB-Bem, eu tentava abster-me mas se não pudesse  teria  que impor algumas condições essenciais....

R- Peço desculpa mas está ali ao fundo um político com uma gravata melhor a beijar velhinhas e eu tenho que ir...

AB- Mas eu agora ia apresentar  propostas políticas concretas!!!!

R- A gravata manda.

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